tudo me é eterno
os punhos nunca envelhecem
apesar de eu já lhes sentir ténues linhas
que o tempo vem desenhando a cada nascimento que faço
a vontade de arrumar a um canto a cabeça e tudo o que lhe pertence
é agora primordial como o eu agarrar agora mesmo dentro do punho
toda a minha força e decidir se o abro ou se o fecho
escolhe-se arrumar-se o corpo a um canto
primeiro o corpo
a cabeça
os membros
os olhos
a boca – que já de nada serve há muito
os punhos nunca
tudo me é eterno e os punhos jamais cedem
mesmo se gastos
mesmo se mortos
a minha morte é outra
a minha é outra.
terça-feira, fevereiro 28, 2006
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2 comentários:
Punho símbolo de luta! Lutadora que, sem dúvida, és.
Os meus punhos estão, como tudo o resto, no armário.
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